COLUNA DA FIB – Felicidade Interna Bruta Depois da Lava Jato
Quando se vive em uma dimensão sem ter acesso, visão mesmo, do que ocorre em países mais desenvolvidos, nos limitamos ao mundo em que vivemos. Coisas básicas como ter um bom sistema público de saúde, escolas que preparam para a vida e uma sensação de segurança quando se sai às ruas, em qualquer horário, não fazem parte do nosso pequeno mundo.
Um salário mínimo que não chegará aos R$ 1.000,00 ano que vem é longe da realidade para quem precisa alimentar uma família de quatro pessoas, por exemplo. Se os quatro, digamos o casal e mais dois filhos, estão em condições e idade para trabalhar, menos mal, estamos falando aí de algo em torno de R$ 4.000,00 como renda da família.
Com essa renda, não dá para ter um bom plano de saúde privada para todos, tampouco para frequentar boas escolas. Não dá para muita coisa. Há que se fazer escolhas. Gastar só o que o orçamento permite e não se empolgar com as delícias da sociedade de consumo. Agora se a família depende de um só salário mínimo, não dá para imaginar o grau de sobrevivência.
Como ter uma vida com mais qualidade? Como melhorar o salário mínimo? Como aumentar a renda da família? A resposta é fazendo a economia crescer e frutificar. Ou seja, se as empresas puderem ter mais confiança para investir, expandir fisicamente, contratar mais gente, enfim, venderem mais por que sabem que haverá demanda para seus produtos, aí podemos começar a pensar em ter uma vida melhor, certo? Errado!
Enquanto a classe política for o que estamos vendo aí, crescem as possibilidades do ilícito. Aumentam as oportunidades para os mal-intencionados legislarem em causa própria, por baixo dos panos, com o dinheiro do povo.
Um bom sistema público de saúde, escolas públicas de qualidade e segurança para que possamos sair às ruas é algo que só será possível se houver gente comprometida com os destinos do povo brasileiro. Quanto dos que estão aí podemos considerar comprometidos com o povo e não com o próprio bolso?
Certamente, existem bons políticos. Os escândalos são tantos que os bons políticos ficam ofuscados e muitas vezes, enrolados nos encaminhamentos partidários. Votar em bloco é a orientação. Os fins partidários nem sempre vão ao encontro do bem para o povo.
A política não é essa tristeza que estamos vendo acontecer há tanto tempo. A sucessão de acusações joga lama para todos os partidos mais conhecidos. Precisamos de gente com a noção de que política é trabalhar para o bem do povo.
Pelos últimos acontecimentos da Lava Jato, fica difícil buscar um dos grandes partidos que não está envolvido nos ilícitos, na corrupção deslavada. Claro, há que se ter provas. Porém, a cada dia fica mais evidente que a quadrilha que se apoderou da nação vai ter que pagar, muito breve, por todos os erros cometidos. Falta muito pouco. Questão de tempo.
Depois das condenações exemplares de todas as principais lideranças, políticas e empresariais, depois da Lava Jato, o Brasil vai respirar o oxigênio da libertação. Teremos sim condições de ter tudo aquilo que nos negaram há tantos séculos. Para isso, cada um de nós terá que fazer a sua parte. A sociedade não pode mais tolerar tantos escândalos.
Ano que vem, se não houver sobressaltos pelo caminho, é ano de eleições. Não vote em quem estiver envolvido em escândalos. Contribua para que a política brasileira se livre de uma vez por todas de quem assaltou a nação e, mesmo assim, continua a determinar o seu futuro.
(*) Doutor em Engenharia de Produção – pguilhon@hotmail.com
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