O dia 18 de maio amanheceu com chuva, e não parou mais de chover até a madrugada seguinte. Com ventos fortes e água arremessada por todos os lados, a Grande Florianópolis viu-se em uma situação complicada. A somatória final foi de 255 mm de precipitação em 24 horas – mais de duas vezes a média histórica de todo o mês de maio, que é de 111 mm. Resultados: ruas alagadas, malha viária parcialmente destruída, deslizamentos de terra, pontes caídas, uma infinidade de prejuízos e de dificuldades para a população de São José.
Todos os bairros do município foram atingidos. A Defesa Civil de São José calcula que 11 mil casas ficaram parcialmente danificadas com as chuvas e 40 foram totalmente destruídas. “Esses são números preliminares, pois ainda estamos contabilizando os casos”, justifica o secretário. Na Colônia Santana, 70 casas foram interditadas preventivamente, mas já estão liberadas pela Defesa Civil. Cerca de 370 pessoas passaram a noite fora de suas casas, com amigos e familiares ou em abrigos providenciados pela Prefeitura, dessas, 280 ainda estão desalojadas. Quatro escolas municipais sofreram estragos – CEM São Luís, CEM Interativo Floresta, CEM Santana e CEI Vila Formosa – e outras três serviram como abrigo para as famílias desalojadas – Forquilhão, Jardim Pinheiros e Nossa Senhora de Fátima. Nessas unidades, as aulas foram prejudicadas.
A Defesa Civil está analisando a necessidade de emissão de um novo decreto de situação de emergência, já que a cidade ainda está sob a vigência do decreto emitido em março.
Para planejar a recuperação da cidade, a Prefeitura reuniu diversos órgãos na tarde do dia 19. “Não existe sistema de drenagem e de infraestrutura urbana, não existem medidas preventivas que se possam tomar que resolvam, de forma definitiva, uma questão de duas vezes e meia a capacidade mensal de escoamento de água, como ocorreu aqui em São José”, analisou o prefeito Djalma Berger. “A Prefeitura tomou todas as medidas necessárias. Uma equipe preparada, tanto da Defesa Civil, como da Infraestrutura, da Assistência Social, da Educação e da Saúde, agiu de forma rápida. O primeiro objetivo é atender as pessoas; depois, tentar zelar pelo patrimônio delas e, por último, pelo patrimônio do município, que é a estrutura da cidade.”
A Prefeitura ainda não conseguiu calcular os prejuízos financeiros causados pela chuva. “Ainda não temos idéia do montante de custos, pois nossa prioridade está sendo atender à população. Para a enchente de 23 a 26 de março, nós fizemos um levantamento do que foi estragado e dos trabalhos que precisariam ser feitos para recuperação, e dava em torno de R$ 19 milhões. Esta agora foi muito pior, então imaginamos que o valor vai ultrapassar em muito esse número”, estima Berger. “Podemos dizer que o comércio foi atingido, lojas, indústrias, o sistema viário, a infraestrutura urbana; consequentemente, recursos que você poderia estar investindo para melhorar a infraestrutura urbana estão sendo investidos para recuperar o que já existia. A cidade ficou alguns milhões mais pobre.”
O prefeito declarou que a Secretaria de Planejamento e Receita está preparando uma suplementação orçamentária para que se possa destinar mais recursos para infraestrutura e assistência social, de modo a atender à nova demanda. As obras de recuperação da malha viária e do sistema de drenagem devem ser feitas com verba própria no prazo de um mês, mas a recuperação da infraestrutura, que exigirá mais dinheiro, depende de recursos de outras fontes: “Estamos buscando parcerias com o Governo do Estado e vamos buscar o Governo Federal, porque a Prefeitura não tem mais condições de bancar isso sozinha; nossa capacidade de investimento está quase esgotada”, declarou Djalma.
A Defesa Civil de São José está com equipes de prontidão durante 24 horas para atendimento das pessoas que necessitam dos seus serviços, através dos telefones de emergência 199 ou 3357 6267, bem como através do telefone 3247-8123.
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