COLUNA DA FIB – Felicidade Interna Bruta
Paulo de Tarso Guilhon*
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TERRA PROMETIDA
“A vida é maravilhosa se não se tem medo dela” Charles Chaplin
Matérias recentes publicadas na mídia nacional e, sobretudo, internacional, dão conta de que Santa Catarina foi descoberta. Aos poucos, percebe-se que a terra dos catarinenses não é somente a Capital, embora Florianópolis seja o portal de entrada para turistas e investidores. Estes últimos, contudo, direcionam-se para os mais diversos pontos desse mosaico produtor que é a terra catarinense.
Com uma economia cujo PIB é superior ao do Paraguai, Uruguai e Bolívia somados, Santa Catarina tem estatura de país desenvolvido. O PIB catarinense é de, aproximadamente, R$ 120 bilhões e a renda per capita é de R$ 20 mil. Há pouca gente fora da escola e a taxa de analfabetismo é uma das mais baixas do País. Outros indicadores sociais somados aos avanços econômicos alimentam o índice de desenvolvimento humano – IDH – bem superior à média nacional.
Embora esses indicadores projetem dimensão de país desenvolvido, ainda há muito que se fazer em Santa Catarina. Aqui, há inúmeras oportunidades de investimento e geração de empregos. A economia é uma grande roda que se move com o impulso provocado pelas forças do Governo, das empresas, da sociedade civil organizada e das famílias.
O Governo tem uma participação decisiva no processo de desenvolvimento econômico como indutor do mesmo. A ele cabe, em primeiro lugar, saber gastar. Como e, sobretudo, em quê gastar. O Governo não pode gastar muito no que não é essencial e, tampouco, gastar mais do que arrecada. Ordem na casa está na essência da palavra economia – oikosnomos – que vem do grego e traz consigo a própria história da sabedoria humana. Se souber gastar, sobram recursos para investimentos governamentais que sinalizarão às empresas quais os setores que o Governo considera prioritários. As famílias, apoiadas pelas sociedades civis organizadas, encarregam-se do consumo, responsável pelo desempenho da economia brasileira em 2009. O mercado interno garantiu a absorção dos prejuízos causados pela crise econômica ano passado reduzindo os impactos da mesma.
As prioridades de investimentos em Santa Catarina não são diferentes das do Brasil: infraestrutura e qualificação da mão de obra são os principais gargalos que impedem o desenvolvimento do ser humano, razão maior de qualquer sistema econômico. Não basta só crescer o PIB. É fundamental que a distribuição dos benefícios do desenvolvimento econômico encontrem cidadãos plenamente capazes de receber esses frutos para saber multiplicá-los.
Florianópolis, por exemplo, tem no setor de tecnologia de informação o principal contribuinte para a riqueza do município, tendo superado com folga o turismo que, tradicionalmente, sempre foi o grande movimentador da roda catarinense da fortuna. Entretanto, essa contribuição poderia ser ainda mais expressiva do que já acontece se houvesse mão de obra capaz de ser contratada pelas empresas de tecnologia de informação. Cerca de 1000 empregos diretíssimos deixam de ser preenchidos, anualmente, em Florianópolis, por absoluta falta de profissionais qualificados. Há quem diga que quando se pensa em termos de Estado, as vagas disponíveis são em número muito maior e não preenchidas.
Soluções de mercado existem em vários segmentos e, necessariamente, passam pela inovação tecnológica e pela conjugação de esforços de dois extremos: de um lado o jovem cheio de energia, novas idéias e vontade de ganhar a vida. De outro, a experiência e o conhecimento de mercado dos mais antigos.
Jovem ou não, se você está pensando em ir tentar a vida na Austrália ou seja onde for, reconsidere esta ideia e invista sua energia por aqui. Lá, tudo já está pronto. Em Santa Catarina, há muito por se fazer. Aqui é a Terra Prometida.
(*) Doutor em Engenharia de Produção – pguilhon@hotmail.com
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