Na madrugada do domingo, dia 27 de janeiro de 2013, uma nuvem escura pairou sobre os céus de Santa Maria. Essa nuvem estava carregada de energias de peso acentuado, de baixa vibração e com o presságio de uma tragédia. Enquanto muitas Marias, mães, irmãs, namoradas, tias, avós, amigas, à distância, aguardavam o chegar de seus entes, que se programaram para voltar aos seus lares, a nuvem descarregava sobre aquele pequeno mundo de cerca de mil e duzentas pessoas, um fardo que ficaria registrado para sempre nas memórias de todos os brasileiros, e do mundo também. As Marias esperaram e os amados irmãos de todos não retornaram, pois a nuvem cinzenta se transformou em pavor e morte. As notícias correram pelos infinitos caminhos e aquelas Marias, ansiosas e esperançosas, souberam, com lágrimas escorridas e emboladas com o gosto de sangue que depurava na garganta, o saber doído, incrustado, fatídico, da perda dos seus.
A noite se recusava a amanhecer, as horas pareciam ser décadas e o mundo deixou de girar com o peso do sofrimento das famílias. Embora tudo fosse tristeza, o sol, insistente, nasceu, e o dia, novamente, clareou. As Marias sepultaram seus filhos, a nuvem conseguiu o seu objetivo, mas, por mais holocáustico que se pareceu tudo isso, a vida continuou para todos. Talvez não com a mesma cara, mas com a cara de quem ela escolheu para ser contemplada. Ficou a mensagem de que, um olhar, um beijo, um sorriso, ou um simples gesto de carinho deve ser vivenciado como se fosse o último, para que cada segundo de vida seja o mais saboroso de sua existência e, enfim, para que ao abrir a porta do quarto e vermos nossos filhos deitados, dormindo, seja simplesmente o suficiente para dizer: Obrigado, eu sou feliz...
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