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Edição Outubro | 2015
Ano XXI - N° 233
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Sinuca de bico

A insegurança jurídica do ambiente empresarial inibe projetos de aportes de capitais internacionais, o que prejudica o financiamento da conta de transações correntes. A situação só não é mais grave porque existe forte queda na importação de bens de capital e de intermediários devido ao recuo da atividade econômica e o dólar fortalecido tende a melhorar o desempenho das exportações revertendo a condição deficitária da balança comercial.
A grande queda nas importações resultou em superávit na balança comercial de setembro de US$ 2,944 bilhões, resultado de US$ 16,148 bilhões em exportações e US$ 13,204 bilhões em importações. Foi o melhor resultado desde 2011, quando essa diferença foi de US$ 3,074 bilhões. No acumulado do ano, o saldo já está positivo em US$ 10, 246 bilhões. É que o setor produtivo se mostra receoso de aumentar investimentos com o custo elevado do dólar que encarece as importações e a depressão econômica cerceia planos de investimentos.
A desaceleração do produto industrial é evidente. O último Informe Conjuntural da CNI, Confederação Nacional da Indústria, mostra que, nos oito primeiros meses do ano, a atividade industrial recuou quase 7%. A situação é mais grave na indústria de transformação, que declinou quase 9% e a previsão para este ano é de queda de, aproximadamente, 6% do produto industrial.
Com a deterioração do mercado de trabalho, a perspectiva para os próximos meses tende a acentuar a gravidade do problema, pois existe um lapso de tempo que decorre das demissões até a efetiva repercussão no mercado de consumo. Ou seja, a recessão deve se acentuar com reflexos negativos na produção industrial e em toda a atividade econômica.
Agora, parece visível que a política do Governo, para retomar a condição de superávit primário, passa pelo aprofundamento da crise, pelo crescimento do desemprego e, neste particular, pela redução da inflação de serviços, tradicionalmente, acima da média inflacionária, e cujo recuo deverá vir no bojo do recuo do emprego. O recuo da inflação reduz custos de reposição salarial e, consequentemente, minimiza gastos governamentais.
O ajuste fiscal é necessário. Porém, não pelo sacrifício ainda maior da população que está sendo levada ao desemprego, o que pode ter consequências imprevisíveis sob o ponto de vista social, enfraquecendo ainda mais o Governo Dilma. O problema maior do ajuste fiscal é que está sendo realizado sob um ponto de vista recessivo ao depender mais de aumento de tributos do que de corte de gastos.
O superávit primário que atingiu 2,5% do PIB em 2007, fechou com déficit de 0,3% ano passado, parte devido ao crescimento dos gastos primário da União, que aumentaram de 15,7% do PIB em 2002 para 19% em 2014, segundo o Ministério do Planejamento. Enquanto o custo com pessoal decresceu de 4,8% para 4,2% do PIB, os custeios mantiveram-se constantes em 3,4% do PIB, e os investimentos tiveram crescimento marginal de 1,0 para 1,2% do PIB.
Salta os olhos que apenas 10% das receitas federais não estão engessadas, incluindo investimentos. O problema maior deve-se aos outros 90% das receitas federais que se referem aos gastos sociais difíceis de serem revertidos pelo apelo social populista que não quer perder ainda mais credibilidade do que já amarga. O Governo populista flertou com o povo, incentivou o consumo e se esqueceu que, primeiro se ganha o dinheiro, para depois se fazer a festa.
O Governo está em uma sinuca de bico. Ou mexe nos gastos sociais e potencializa a crise política, ou tenta empurrar goela abaixo do Congresso novos impostos que todos nós teremos que pagar.
(*) Doutor em Engenharia de Produção – pguilhon@hotmail.com

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