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Edição Maio | 2009
Ano XV - N° 156
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Sandin: um artista completo
O autodidata cria e pinta por amor.

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Aos 94 anos os olhos continuam atentos e as mãos firmes como eram na década de 20, quando iniciou os primeiros desenhos esboçados em papel. Jaime Sandin é poeta, artista plástico e compositor, natural de São José.
Sandin passou a morar na localidade de Sertão do Maruim a partir dos quatro anos de idade. Autodidata, começou a desenhar com lápis de cor aos 12 anos, depois passou a pintar em aquarela, nanquim e, por fim, óleo sobre tela.
Durante sua trajetória o pintor fez dois cursos, um de desenho artístico e outro de pintura em óleo no Instituto Universal Brasileiro, de São Paulo, ambos à distância, na década de 60. “Era um curso teórico, fazia a prova e depois enviavam a nota, pagávamos por mês”, recorda o pintor. Ele diz que foi se aprimorando sozinho.
O colorido, a mistura das tintas e os detalhes das paisagens chamavam a atenção do artista que começou a retratar cenas e lugares da cidade como modelos para produzir suas telas. “Algumas paisagens eu via e reproduzia, como a Praia Comprida. O ser humano é mais difícil de pintar, então eu preferia paisagens”, explica.
Sandin presenteou os 11 filhos cada um com um quadro da casa em que nasceram no Sertão do Maruim. A produção demorou cerca de um ano para ser finalizada.
Hoje ele faz pinturas sobre pedaços de MDF recortados em diversos formatos com uma serra especializada, presente da filha Suzete Sandin. “A ideia de usar o MDF foi totalmente dele. No natal ele fez um quadro para cada filho”, observa a filha.
O trabalho com o MDF iniciou há dois anos. A madeira é colorida com tinta plástica e todos os desenhos são criados por Sandin e dados de presente à família.

Paralelo
Jaime Sandin iniciou como enfermeiro, em 1943, no Hospital Colônia Santana, onde permaneceu até 1958. O local tinha capacidade para 300 doentes e foi administrado por ele até sua aposentadoria na década de 60.
Trabalhou em uma usina, aprendeu marcenaria com o pai, serviu o exército e entrou para a Prefeitura, onde era oficial do gabinete do prefeito. Permaneceu por 14 anos e se aposentou em 1985.
Durante as atividades profissionais, Sandin não deixou a paixão pela pintura de lado, assim que se aposentou dedicou-se mais aos quadros e pincéis.

Exposição
As telas do artista plástico foram expostas apenas uma vez há muitos anos. Sandin deixa claro que não tem objetivo comercial sobre as telas, ele possui 44 obras e nunca vendeu nenhuma, prefere presentear alguém com suas obras de arte.
“Ele não é um pintor em série, não pinta para negociar. Ele faz com amor e carinho cada tela e prefere dar de presente a vendê-las”, declara a filha Suzete.
Um fato que marcou a vida artística de Jaime Sandin aconteceu na década de 74, no Salão de Novos Artistas, quando iria participar de uma exposição com três ou quatro telas e recebeu um telefonema do responsável pela galeria dizendo que suas telas teriam sido recusadas porque eram cópias.
“Eu levei as telas com todo cuidado e quando cheguei para resgatá-las elas estavam em cima de um armário jogadas. Depois disso nunca mais quis expor”, recorda Sandin.
Suzete relata que fez um curso de fotografia em Montreal, no Canadá, em que levou uma das telas do pai para trabalhá-la. “O professor de pintura ficou encantado com a questão do desenho tridimensional, e aqui em Santa Catarina não valorizaram o trabalho dele e até disseram que era cópia”, comenta.

Idade
Para o poeta e artista plástico, a idade não o atrapalha a realização dos trabalhos detalhados que são as telas e recortes em MDF. “Para perto ele enxerga muito bem, para longe dificulta mais. Ele tem muita firmeza na mão, não treme e corta a madeira sozinho. A saúde é boa. Alimenta-se bem e tem hora para fazer tudo”, esclarece Suzete.

Memórias do Meu Sertão
De autoria de Jaime Sandin, o livro Memórias do Meu Sertão contém os relatos de uma vida passada na localidade de Sertão de Maruim, onde o escritor passou a morar aos quatro anos de idade.
A ideia do livro é deixar para os descendentes a realidade daquela época. “Comecei a viver na localidade do Sertão do Maruim os costumes, divertimentos, religião, comportamento, educação e queria deixar registrado tudo isso”, explica Sandin.
De acordo com a filha Suzete, o livro arte foi aprovado pela Lei Rouanet e as cotas começaram a ser vendidas para o patrocínio. “O livro do meu pai está no Brasil inteiro. O projeto custou R$ 75 mil e foram impressas duas mil cópias”, enfatiza.
Ela diz ainda que a obra se comunica com qualquer tipo de pessoa e classe social. “É um livro de arte, a arte por si só já se fala. Levei vários livros para fora do país, para a Europa, Canadá e as pessoas que não lêem português entendem o que o livro quer passar”, finaliza.
O livro foi impresso no ano de 2006 e tem distribuição gratuita.

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