São José, Santa Catarina, Brasil
11 de maio de 2024 | 01:47
Edição Agosto | 2015
Ano XXI - N° 231
Receba nossa newsletter
e-mail
Pesquisar
       
Home
Links úteis
Fale com o Oi
Edições do Oi


Editorial
Parecer
Da Redação
Cidade
Especial
Geral
Educação & Cultura
Tradição
Esportes
Social
Colunistas
Política
Oi Grande Florianópolis



Veja também:
Xô Sedentarismo Jê Fortuna
Vi... Ouvi... Escrevi... Luiz Mar Sória
Barreiros Chico Salvadori

Colunistas
 
FIB – Felicidade Interna Bruta Paulo de Tarso Guilhon
Clique na imagem para ampliar.
Por que não somos ouvidos?

Por que me canso esperando e ninguém me atende? Por que padeço com uma sonda no rosto para me alimentar e, mesmo assim, sou ignorada na fila de espera? Por que viajo como sardinha enlatada em um ônibus, que demora mais que o tempo perdido, para me deixar no meu destino? Por que como pouco, mal e, quando adoeço, não consigo ser atendido pelo médico? Por que não tenho dinheiro para comprar o remédio que pode me curar? Por que ganho pouco e trabalho muito? Por que não estudei em bons colégios? Por que está tudo tão caro? Por que perdi o meu emprego? Por que não me respeitam?
Para ter respostas àquelas perguntas, o povo foi às ruas em 16 de agosto. Contudo, precisamos pensar que para a normalidade do País, o impeachment tende a ser danoso para a economia. A indústria, centro convergente e disseminador da prosperidade, amarga um de seus piores momentos pela falta de uma política pública direcionada e pela ausência de que algo vai mudar no curto prazo.
A situação do Brasil é dramática. A corrupção deslavada subtrai o nosso dinheiro e torna nossa vida muito mais difícil. Eles fizeram a lambança e nós pagamos a conta. O desemprego aumenta e ameaça nossos lares. A falta de liquidez causada pelo ritmo da economia expõe e potencializa problemas de produtividade que poderão ser contrabalançados, em parte, pela desvalorização do dólar. Acontece que o padecimento industrial carece de medidas de estímulos imediatos à atividade empresarial. Estímulos como a desoneração previdenciária e o financiamento do setor são de caráter urgente.
Com o impeachment, as medidas de apoio levarão um tempo que pode ser demasiado para a saúde empresarial. Há que se considerar o tempo que irá decorrer até a nova equipe assumir e tomar pé da situação. Seja por uma nova eleição, ou pela substituição da Presidente Dilma pelo Vice Temer. Para a normalidade da economia do País, no curtíssimo prazo, o melhor cenário tende a ser a manutenção de Dilma no poder. Contudo, essa é uma definição política que se teria que buscar. Para Dilma falta credibilidade para fazer com que o ambiente empresarial se revista de um novo ânimo, que só ocorrerá se houver uma sinalização concreta de apoio por meio de estímulos.
A economia tem que voltar a crescer, independente do ajuste fiscal. Dilma buscou o apoio dos governadores. Contudo, não há como deixar de fora as empresas nesse possível pacto pela retomada do crescimento. A alta do dólar pode ser um combustível para as exportações, fato que pode ser potencializado pelo rebaixamento da nota de investimento do País, que pode gerar fortalecimento ainda maior da moeda americana se o Governo resolver deixar o câmbio flutuar livremente. A desvalorização do dólar se, por um lado fortalece as exportações, por outro
contribui para fortalecer a inflação. Pesa no bolso.
Embora as torneiras da liquidez internacional possam se restringir, a previsível saída dos capitais estrangeiros do Brasil tende a forçar ainda mais a desvalorização do real perante o dólar. Poderá ser o momento para que a indústria tente potencializar seus investimentos para se tornar competitiva independente da variação cambial. É um argumento forte para se tentar buscar os estímulos desejados em troca de um possível apoio ao Governo.
Um governo forte com apoio dos governos estaduais e do setor empresarial tende a fortalecer a segurança jurídica e promover investimentos. Tanto por parte do Governo, como no que tange ao setor empresarial. O que mais importa é reduzir o impacto negativo das medidas de arrocho fiscal. O País não suporta arrocho fiscal conjugado com economia sem crescimento.
As manifestações de rua do dia 16 de agosto vão ecoar durante muito tempo. Mas, por mais que não gostemos do Governo da Presidente Dilma, temos que trabalhar para superar diferenças e buscar que o Brasil percorra os trilhos do progresso.
Antipatia pelo Governo Dilma, ignorância e falta de competência da Presidente não podem servir de argumentos para derrubá-la. Só implicações legais, com provas irrefutáveis, justificariam a saída de Dilma. Para nosso processo democrático, o que pior poderá acontecer é forçá-la a se retirar.
O Brasil precisa demonstrar, para nós brasileiros e para o mundo, que amadureceu, que não é uma república das bananas e de bananas.
Os mandatários da nação precisam ouvir o povo, deixar de lado as benesses oficiais e escutar o pulsar das ruas. Necessitam percorrer os escaninhos do atendimento público, ouvir o povo sofrido, legislar e executar soluções. Para o bem do povo.
(*) Doutor em Engenharia de Produção – pguilhon@hotmail.com

Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

 

Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

 
 
COPYRIGHT 2009 • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS • É PROIBIDA A REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DESSA PÁGINA EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, ELETRÔNICO OU IMPRESSO, SEM AUTORIZAÇÃO ESCRITA DO OI SÃO JOSÉ ON LINE.