O mundial no Brasil trouxe muitas lições. O turbilhão de emoções que invadiu o País foi algo que impressionou o mundo.
Gostei de ver a forma como o brasileiro recebeu seus visitantes: com alegria, respeito, partilhando de forma harmoniosa os espaços reservados para comemorações. Gosto de observar tudo que acontece em grandes eventos para conhecer melhor o ser humano e posso dizer que vimos de tudo: euforia, energia, garra, determinação, alegria (o sentimento mais partilhado no início do mundial), tristeza (muita tristeza a cada eliminação), decepção, choro, raiva, agressividade... Haja coração para aguentar tudo ao mesmo tempo.
Vibrei, curti, sorri, sofri... Como muitos que estavam participando dos acontecimentos, mas, no esporte, e muitas vezes em nossa vida, existem ganhos e perdas, faz parte do jogo e de tudo que existe a nossa volta.
Festejar quando se ganha é muito fácil, difícil mesmo é conviver com a derrota, principalmente, quando não estamos preparados para conviver com ela.
A cada país eliminado a tristeza dos torcedores e jogadores era evidente e ser eliminado não é fácil para ninguém. Acompanhei pelos jornais a repercussão das manchetes espalhadas pelo mundo e confesso que fiquei chocada com algumas reações ocorridas por parte de pessoas que agrediam seus atletas de forma depreciativa. Estava bem claro o discurso: trazendo a vitória existe o aplauso, caso contrário, viro às costas. Digo então que é preciso ter "nervos de aço" e preparar o coração para o resultado final. Se tem vitória, tem aplauso, se vem derrota, tem vaia algumas vezes. Também faz parte do jogo saber receber elogios e críticas. Haja coração!
Assim como o ditado "quem entra na chuva é para se molhar", quem está no jogo pode ganhar ou perder. A única verdade era que de todos que estavam lá, somente um levantaria a taça. Não vou discutir sobre os times porque não sou conhecedora do assunto, mas que aprendi muito a fazer um balanço sobre aprender a conviver com ganhos e perdas, com certeza, me ajudou a refletir muito sobre o assunto.
Remoer tristeza não muda os acontecimentos, serve, no entanto, para reflexão, mudança de estratégia, quebra de paradigmas...
Quero guardar o que ficou de bom de tudo que o Brasil viveu nos últimos dias: a alegria das praças, a convivência de todas as pessoas de muitos lugares do mundo partilhando emoções, a energia que se espalhou pelo País... E, principalmente, saber que o País que tanto se orgulhou de seu Hino Nacional seja representado nas próximas eleições por governantes de fichas limpas para que possamos ter orgulho do verde e amarelo, cores da nossa bandeira.
Jê Fortuna
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