Santa Catarina terá a primeira fábrica de automóveis BMW do Brasil
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O governador do Estado, Raimundo Colombo, esteve em Brasília no último dia 22 de outubro, onde foi recebido pela presidente Dilma Rousseff, juntamente com o vice-presidente da BMW mundial, Ian Robertson, que anunciou construção de uma fábrica em Santa Catarina. O município catarinense contemplado com uma fábrica da BMW foi Araquari, no Norte do Estado.
O vice-presidente da BMW, Ian Robertson, e o governador Colombo apresentaram à presidente Dilma as condições do acordo entre a empresa e Santa Catarina, que deve ser formalizado oficialmente no próximo dia 29 de outubro, em solenidade no Estado. Evento contará com a presença da ministra-chefe Ideli Salvatti e do ministro Pimentel do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que estiveram na audiência.
A presidente Dilma destacou o potencial que o mercado brasileiro possui hoje e disse que a montadora se surpreenderá com as vendas no País.
De acordo com o vice-presidente da montadora alemã, a empresa investirá €$ 200 milhões (cerca de R$ 530 milhões), para iniciar a produção de até 30 mil veículos por ano na fase inicial. Além disso, serão gerados cerca de mil empregos diretos com a fábrica. “A expectativa é de que os primeiros carros sejam produzidos no fim de 2014. Acreditamos que a chegada do primeiro fabricante de automóveis de luxo é um marco para o desenvolvimento da indústria automotiva no País”, defendeu Robertson.
“A presidente nos parabenizou pela conquista para Santa Catarina e disse que vai apoiar esse projeto que será a primeira montadora do Estado. Além de ser uma marca de ponta, com todo esse porte que tem a BMW”, afirmou Colombo.
O secretário de Desenvolvimento Sustentável, Paulo Bornhausen, uma das pessoas que conduziu a negociação entre a BMW e o Estado, explica que o investimento deve atingir R$ 1 bilhão - e mais empregos gerados - à medida em que forem avançando as etapas da instalação da fábrica e do crescimento da marca BMW no mercado brasileiro. “Prevemos que a produção vá ultrapassar rapidamente esse número inicial”, disse Bornhausen também participou da apresentação do projeto à presidente, além do secretário de Articulação Internacional, Alexandre Fernandes, outro envolvido no processo de negociação.
Para o governador, toda vez que uma indústria do porte da BMW se instala em um local, outras nascem no entorno dela, gerando emprego e renda. A declaração foi confirmada pelo prefeito de Araquari, João Pedro Woitexem, que o acompanhou. “Cerca de 30 empresas já demonstraram interesse em se instalar na região para produzir componentes ou participar de alguma etapa da produção”, contou o prefeito.
Participaram ainda da audiência no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o secretário executivo de Articulação Nacional do Estado, João Matos, o secretário executivo de Assuntos Internacionais de SC, Alexandre Fernandes, os senadores catarinenses Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e Casildo Maldaner (PMDB), o presidente da Alesc, deputado Gelson Merísio (PSD), além de representantes da Fiesc.
Produção – A fábrica terá condições de realizar todo o processo que envolve as etapas da carcaça, soldagem, pintura e montagem. O primeiro modelo produzido em Santa Catarina será o BMW X1 (uma caminhonete crossover), com potencial para expandir a produção para o Série 1 e Série 3. “A expansão do número de modelos e da produção vai acompanhar o mercado. A produção vai seguir a demanda”, disse o vice-presidente. Hoje, a BMW vende cerca de 12 mil veículos do modelo BMW X1 por ano no País.
Por quê Santa Catarina?
Entre as razões levantadas para a escolha de Santa Catarina, especificamente o município de Araquari, está a logística. O terreno é bem próximo de dois portos (Itapoá e São Francisco) e a menos de 100 quilômetros de outros dois (Itajaí e Navegantes). Outro ponto destacado pelo vice-presidente da BMW foi a qualificação da mão de obra do Norte do Estado: uma dos maiores polos do País no setor de metal mecânica. De acordo com o governador Raimundo Colombo, esse fatores, além da tradição germânica da região, pesaram mais do que os incentivos fiscais.
Incentivos – A empresa foi enquadrada nos programas de incentivo Pró-emprego e Prodec. “Incentivos que estão disponíveis para outras empresas que queiram se instalar no Estado”, disse. Para atrair a empresa, o Governo de Santa Catarina decidiu criar um regime automotivo especial. “Vamos criar o Compete SC, um regime mais justo entre as partes do que alguns adotados por outros estados”, explicou o secretário Bornhausen. “O investimento do Estado deve se pagar em oito anos”, acrescentou.
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