FIB – Felicidade Interna Bruta
Paulo de Tarso Guilhon*
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Adelos
Adelos é o nome que se dava aos mascates do Rio antigo que se reuniam em um depósito da atual Rua do Mercado, Centro carioca, hoje local que abriga o restaurante de mesmo nome.
A construção de pedra, datada de 1873, foi totalmente trabalhada, com detalhes interiores rasgados que deixam perceber a alvenaria dos tempos de D. Pedro II. Aliás, o local é povoado de construções ancestrais, do Rio Império, que nos remetem à época. Com um pouco de imaginação, é possível perceber os vestidos longos, rodados, rendados, das damas de então. Alguns, ainda mais sóbrios, escuros, das viúvas, beatas, carpideiras.
Ali, sente-se o burburinho dos mascates oferecendo suas mercadorias, negociadas como escambo, na troca pura e simples por outros produtos.
Nesse pedaço do Rio antigo, convivem, harmoniosamente, o setor cultural dos Correios e o do Banco do Brasil, oferecendo opções de lazer e entretenimento aos que gostam de mergulhar nos tempos idos e vindos agora com a euforia dos cariocas, às sextas feiras, na preparação do fim de semana: vai dar praia!
Comer no Adelos é voltar ao Rio Imperial, pois lá você é tratado como rei. Não me refiro somente ao tratamento dispensado, porque isso é obrigação. É que a gastronomia presente nos pratos combinados pelo Hilário e equipe é uma alquimia tão rica que só a descrição de como os ingredientes são misturados provoca água na boca. O cozido, servido em caçarolas próprias, reúne carnes tenras, saborosíssimas, no ponto exato, que se juntam a legumes misturados num verdadeiro congraçamento ideal: o de deliciar nossas papilas degustativas. Inesquecível!
(*) Doutor em Engenharia de Produção – pguilhon@hotmail.com
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