Era um sábado de sol, eu ainda morava em Florianópolis na ocasião, lembro que havia recém chegado da praia quando ligo a TV e está passando Real Madrid x Barcelona pelo campeonato espanhol, na casa do Real. Sempre tive uma simpatia pelo Barcelona, muito por ter sido o time do Romário e depois do Rivaldo. O jogo é um dos principais clássicos do futebol mundial e temos os galácticos do Real Madrid, isso é algo que me faz parar tudo que estou fazendo para acompanhar aquele espetáculo. O Barça domina o jogo e seu camisa 10 recebe a bola perto do meio-campo, vai carregando a “redonda”, fazendo fila, sem tomar conhecimento de seus adversários, marca mais um gol para o time catalão. A torcida adversária se levanta e o aplaude, ao mesmo tempo que olho espantado e penso quanto é bom aquele camisa 10. Falo para meu amigo que acompanha o jogo comigo que se continuar assim ele será melhor que Zico e quem sabe que Maradona, não há limite para pará-lo, seu nome? Ronaldinho.
Depois de maravilhosos anos no Barcelona, sendo eleito melhor do mundo com muito mérito, Ronaldinho cai de produção e com ele minhas esperanças que ultrapasse Maradona. Nos últimos dias vejo que está sendo negociado com times brasileiros. Começa uma negociação que embrulha o estômago, causa enjôos. Muito pela carência de outras notícias na área, nesta época do ano. Enfim, fecha com o Clube de maior torcida do Brasil.
Agora vamos aos fatos que interessam, já que se trata de uma coluna de marketing esportivo. Ronaldinho provavelmente não será igual a Maradona dentro do futebol, porém o Flamengo pode ter em mãos um grande produto, se bem explorado. Com uma boa estratégia de marketing mais um bom desempenho esportivo. O rubro-negro carioca pode dar uma boa alavancada em seu poderio de receitas que será de grande benefício para o futuro do Clube. Algo semelhante ao que faz o Real Madrid contratando grandes ídolos.
Com Ronaldinho o Flamengo já podia ter cobrado ingresso em sua apresentação e nos treinos na pré-temporada em Londrina. Digo mais, pode passar a ter sua fase inicial de preparação em locais estratégicos para desenvolver a marca do Clube até no exterior. Em se tratando de receita é fato que a exposição do Clube irá aumentar, de forma considerável, a audiência dos jogos, a repercussão internacional, com isso tudo, é natural que aumente o preço do patrocínio também. Novos investidores podem começar a olhar para o Flamengo não apenas como uma forma de penetrar no mercado interno, porém pensar em algo mais amplo como toda a América Latina, ou quem sabe, a Europa.
É notório que a arrecadação dos jogos irá aumentar, pois pelo menos neste começo, o Flamengo deve ter seus jogos com casa cheia. Tendo o consumidor na mão, além da receita dos jogos que deve aumentar de forma considerável, terá uma gama maior de torcedores para ações de ativação de patrocínio ou mesmo de relacionamento do Clube com a torcida. Um prato cheio se bem estruturado.
Na mesma linha, é natural que o amor pelo Clube aumente e todos queiram ter a camisa do Ronaldinho Gaúcho e outros produtos licenciados. Ainda, o carisma e as jogadas do ídolo podem servir de estímulo para novos torcedores, principalmente o público infantil. Enfim, “n” projetos e ações podem ser desenvolvidos para agregar valor à marca Flamengo a partir do craque.
Sinceramente, torço muito para que dê certo, como um amante do futebol arte à brasileira, quero muito que ele volte a jogar como naquele dia em Madri. Que possa talvez alavancar, não apenas o Flamengo como o Campeonato Brasileiro em si. Confesso que acredito que ele não será melhor que o Maradona, como cheguei a pensar, mas certamente o rubro-negro carioca tem a faca e o queijo na mão para se tornar maior do que realmente já é. Estou esperando ansiosamente para ver como serão as primeiras ações de marketing envolvendo o Ronaldinho e torcendo que vire um case no futebol brasileiro como foi o do Ronaldo no Corinthians. Assim sendo, contribuirá com o desenvolvimento do marketing esportivo no Brasil.
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