FIB – Felicidade Interna Bruta
Paulo de Tarso Guilhon
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O fim do princípio é o princípio do fim
Que o Brasil é injusto socialmente todos sabemos. Que há poucos com muito e muitos com pouco, também, não é novidade. Que há muita corrupção, subtração do dinheiro público, estamos fartos de saber.
A novidade é a mesma de sempre, ou seja, sempre se soube das mazelas do País e tudo continuou como antes. A diferença é que, com o passar do tempo, as pessoas tomam consciência, pouco a pouco, que se pode mudar uma situação adversa pelo voto. Surgem as esperanças. Líderes despontam e prometem reverter as injustiças.
Quando o PT surgiu, renovaram-se as esperanças de um País mais justo socialmente, sem corrupção, sem subtração do dinheiro público. Um País em que todos os brasileiros se sentissem amparados e não só a classe trabalhadora. Contudo, o que se viu, foi um partido raivoso, ruidoso e que votava contra os interesses do Brasil. Exemplo maior foi a votação contrária ao Plano Real, que terminou com a hiperinflação em 1994, durante o Governo do presidente Itamar.
Depois do Governo Tucano, que preservou a estabilidade da moeda, mas não fez grande diferença no que concerne ao crescimento da economia, o PT chegou ao poder pelo voto. Incluiu milhões de brasileiros, concedeu benefícios sociais, flertou com o povo e esqueceu de medir as consequências das concessões.
Agora, quando a água bateu no pescoço, o PT é um partido desacreditado pelo rompimento com seu princípio básico e que passou para todos os brasileiros, o princípio da moralidade, da honestidade, do zelo pela Coisa Pública. Pelo que se depreende das declarações dos procuradores da Lava Jato, o processo da corrupção começou lá atrás, na Casa Civil do primeiro Governo Lula. Ali começou o fim do princípio que o PT passou para os brasileiros, do exemplo público.
Agora, o Brasil precisa da união dos políticos, independente de partido, para sair do atoleiro em que se meteu. Mas, quando se vota assuntos de interesse do País e que mexem com um dos nossos principais problemas, a questão previdenciária, até mesmo o criador de defesas da Previdência, o PSDB, vota contra. Ou seja, o que importa é a disputa pelo poder. Pouco importa ter a possibilidade de poder mudar a vida do povo brasileiro.
Política é a arte de governar. Se só oito em cada 100 brasileiros acreditam em Dilma, se as matérias do governo são rejeitadas no Congresso, se os apoiadores políticos viraram adversários enrustidos, o Brasil está desgovernado. Virou uma nau sem rumo, sem comandante e sem caminhos visíveis de navegação.
Ao deixar seu princípio de lado, o governo populista assinou sua sentença de morte. O fim do princípio é o princípio do fim.
(*) Doutor em Engenharia de Produção – pguilhon@hotmail.com
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