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Edição Setembro | 2012
Ano XVIII - N° 196
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Especial
 
Kobrasol luta por segurança e sossego
Moradores do bairro kobrasol e autoridades discutem segurança e perturbação ao sossego mais uma vez

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Reunião realizada no último dia 11 foi a terceira entre a comunidade e autoridades

Não é de hoje que moradores de um dos bairros mais valorizados de São José têm de conviver com um problema tão grande quanto o desenvolvimento econômico que fez do lugar um dos mais caros do município para se viver.
O problema da perturbação ao sossego ocasionado pela poluição sonora instalou-se no Kobrasol, assim que o crescimento econômico, especialmente aquele atrelado à vida noturna da cidade, começou a dividir espaço com as áreas residenciais, e isso já é fato há muito tempo. Porém, agora, ele não age mais sozinho. Além dos barulhos excessivos e da música alta depois das 22 horas, outros vilões vêm roubando cada vez mais espaço na vida da comunidade. Roubos, furtos, depredações, agressões e até o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade são outras preocupações de grande porte. Os problemas parecem ter feito usucapião do lugar e já chegaram até a “expulsar” do bairro algumas pessoas que consideram toda a avaria um preço a pagar ainda mais caro do que o dinheiro que sai do bolso para custear o lar.
No último dia 11 de setembro, mais uma reunião entre comunidade e autoridades foi realizada para discutir a perturbação ao sossego e outras questões voltadas à segurança pública. Segundo o presidente da Amakobrasol (Associação dos Moradores e Amigos do Kobrasol), Paulo Vitorino, a mobilização dos munícipes para combater os problemas já dura mais de cinco anos e esta é mais uma tentativa de chamar a atenção das autoridades e do Poder Público.
- Após várias reclamações, no mês de outubro de 2011, fizemos a primeira reunião com a presença das autoridades ligadas ao assunto. A partir daí, a delegada Sandra Mara pediu que fosse enviada a relação dos estabelecimentos reclamados. Com esses nomes nas mãos, a mesma chamou uma reunião no mês de novembro com os empresários na Delegacia da Mulher, em que foi sugerida uma campanha educativa. Por sua vez, a Prefeitura, através da Secretaria de Segurança, mandou fazer os adesivos da campanha e distribuiu aos proprietários das casas noturnas, bares e restaurantes da região – explicou.
Ele acrescenta que após três meses de campanha, foi criada uma comissão e solicitada uma nova reunião, desta vez na Secretaria de Segurança, Defesa Social e Trânsito, para que fosse feito um balanço. Após algumas discussões foi decidido que a campanha entraria numa fase repressiva. Como os transtornos persistiram, a comunidade considerou necessária a realização de outra reunião.
- Como aos olhos da Associação essa campanha não deu o resultado desejado e como continuaram as brigas nas madrugadas, além de tiros, algazarras e som alto nos veículos, resolvemos fazer esta última reunião – pontuou o líder comunitário.
O local escolhido foi o Colégio Maria Luíza de Melo (Melão). O debate começou quente, com reclamações que pareciam não acabar mais.
- Na frente do nosso edifício há um foco, onde há distribuição de drogas, prostituição e até menores bebendo – disse um morador.
- Moro em frente a duas casas noturnas. É impossível descansar a noite com todo aquele barulho. Além disso, há muita falta de respeito porque as pessoas estacionam os carros em qualquer lugar e isso sem falar das brigas. No domingo passado brigaram até cair no chão – reclamou outra moradora, revelando que alguns vizinhos sofrem até ameaças.
- Além do próprio som das casas noturnas, tem gente que passa de carro com o porta-malas aberto tocando música alta demais. Isso é uma falta de respeito – queixou-se outro morador.
Para responder aos questionamentos da população, participaram do debate o comandante da Guarda Municipal de São José, Jeferson Lima; a secretária Municipal de Segurança, Defesa Social e Trânsito, Ane Warmling; o comandante do 7° Batalhão da Polícia Militar (BPM), Tenente Coronel Marcus Vinícius Bedretchuk e a delegada Sandra Mara Pereira. Em contraponto, eles reforçaram os resultados positivos obtidos na campanha educativa para reduzir a poluição sonora no local, desenvolvida numa parceria entre as Polícias Civil e Militar, a Guarda Municipal, a Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Social e Trânsito, a Amakobrasol, e também, com a participação dos próprios empresários e donos de casas noturnas.

O que dizem as autoridades?

Segundo a secretária Ane Warmling, a poluição sonora e a perturbação do sossego não estão tão relacionadas às atividades das casas noturnas em si, já que por parte dos empresários há colaboração e uma adesão de 100% à campanha educativa, além do cumprimento das normas de adequação acústica. No caso, o transtorno está mais associado à própria conduta de alguns frequentadores, que saem das casas noturnas e transitam pelas ruas do bairro, com sons automotivos com volume além do permitido.
- A campanha educativa está dando resultados, tanto é que nos últimos dois meses não chegou à ouvidoria da Prefeitura nenhuma reclamação de perturbação ao sossego. Mas, como toda a campanha educativa, ela precisa ter continuidade. Além disso, quando necessário, entramos também com ações repressivas, visto que essa é até uma questão de saúde pública, pois se as pessoas não conseguem descansar para trabalhar no dia seguinte, ou no caso das crianças, para estudar, a produtividade cai e isso atrapalha a vida das pessoas – afirmou a secretária.
O comandante da Guarda Municipal de São José, Jeferson Lima, admitiu que os transtornos ainda são evidentes, mas por outro lado tentou tranquilizar os moradores, afirmando que as operações que estão sendo realizadas, com sucesso, continuarão, e que os bons resultados devem aumentar ainda mais.
- Eu acho que esta reunião não deve ser um ultimato, muito pelo contrário. Sabemos que existem problemas e que há dificuldades, mas já percorremos um bom caminho e agora é continuar desenvolvendo este trabalho. Iniciamos com as reuniões e com as campanhas junto às casas noturnas e vimos que houve bons resultados. Depois, identificamos que o problema não era mais ali, e sim, no entorno, com as pessoas que saem das casas noturnas e ocupam a via pública. Começamos uma nova campanha e realizamos várias operações, com inúmeras abordagens e a apreensão de mais de 39 aparelhos de som – afirmou.
A delegada Sandra Mara também fez questão de pontuar as ações que estão desenvolvidas pela Polícia para combater o problema.
- Ninguém pode dizer que não estamos fazendo nosso trabalho, porque nós estamos sim. Participei da primeira até a última reunião realizada para discutir esse tema. Intimamos empresários na Delegacia, realizamos rondas nos dias de semana e nos fins de semana, numa ação conjunta com a Guarda Municipal e com a Polícia Militar, e estamos tomando todas as medidas necessárias. Um outro dia, nenhum morador reclamou, mas nós vimos que uma sanduicheria estava com o som alto demais depois da 1:00h da manhã, então eu me apresentei e fui falar com o dono do estabelecimento e quase o fechamos. Quando estamos em blitz, algumas pessoas ficam postando no Twitter e no Facebook, avisando que não é pra passar – desabafou a delegada, respondendo a algumas críticas.
Quanto ao consumo de bebidas alcoólicas por menores, ela acrescentou:
- A venda de bebidas alcoólicas para menores é crime. Mas, é necessário que haja um flagrante e provas para que possamos penalizar o infrator. Por isso, é pedimos a ajuda da comunidade para que não deixe de denunciar.
A participação mais efetiva da comunidade em conjunto com as ações da polícia para diversos tipos de crime e contravenções, também foi frisada pelo Tenente Coronel Marcus Vinícius Bedretchuk:
- Às vezes, o cidadão faz uma queixa, a viatura é acionada e quando chegamos ao local, a vítima não quer descer do seu apartamento para fazer o termo circunstanciado. E isso é um transtorno muito grande, porque se começa todo um procedimento e acabamos não conseguindo chegar ao nosso objetivo. Tudo o que a gente faz acaba caindo por terra – afirmou.

Abaixo assinado – Durante a reunião, membros da comunidade realizaram um abaixo assinado que reivindica a disciplina do horário de funcionamento das casas noturnas. Presente no debate, o vereador Adriano de Brito citou um projeto de lei de 2010, referente ao assunto, que deve voltar a ser discutido em breve na Câmara Municipal. A questão das pessoas em situação de rua também foi levantada no debate. O secretário Municipal de Assistência Social, Rui da Luz, foi convidado para participar, porém não compareceu. O presidente da Amakobrasol se disse frustrado com a discreta participação da comunidade na reunião.
- Mandei mais de mil convites e só 40 pessoas compareceram. Isso foi realmente decepcionante – declarou.

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