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Edição Maio | 2012
Ano XVIII - N° 192
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Do Pensamento Digital

O psicólogo Alessandro Vieira dos Reis, por intermédio do site http://www.redepsi.com.br/portal/, fez uma abordagem interessante para se identificar os “pensadores digitais”, relacionando-os por temas, a saber: A - Política e Liberdade - A temática da liberdade na e da rede é discutida, principalmente, pelos cientistas que foram seus “pais”. Eles defendem que a rede deve permanecer livre como é hoje, para que os próprios usuários determinem as relações de poder nela, e não os interesses de governos e empresas. Destacaram-se: 1. Vinton Cerf: Cientista que inventou o HTTP (protocolo de transferência de dados digitais que tornou possível a comunicação de computadores em rede. Atualmente, é um dos cabeças do Google e defende que a internet precisa de mais segurança, mas não pode sacrificar a privacidade de seus usuários. A Web deve permanecer única, pública e global). Vide: http://www.ibiblio.org/pioneers/cerf.html; 2. Tim Bernes-Lee: Cientista que inventou o WWW (a teia do tamanho do mundo, que permite que usuários naveguem em sites de forma acessível em termos de interface. Defende que a internet deve continuar um território livre, tal como é hoje, sem censuras e nem controles, nem corporacráticos e nem governamentais).  Vide: http://www.w3.org/People/Berners-Lee/. B - Comunicação - Os pensadores que discutem a comunicação, a aprendizagem e afins da internet são filósofos, sociológicos, editores. Fundamentalmente, homens das palavras (neste caso, palavradas tornadas bytes). Destacaram-se: 1. Ted Nelson: Inventor do conceito de hipertexto, hoje traduzido tecnologicamente como o HTML dos sites. Defende que os computadores ainda estão imitando as máquinas de escrever e apenas reproduzindo modelos antigos em versões digitais. A internet deve inaugurar uma nova forma de comportamento verbal, escrita e leitura, e não apenas digitalizar formas antigas. Vide: http://www.transliterature.org/; 2. Pierre Levy: Tido por muitos como o maior pensador da Cybercultura. Publicou inúmeros livros clássicos. Levy é um acadêmico, uma espécie de sociólogo das tecnologias digitais. Sua profícua obra gira em torno das tecnologias da inteligência tornadas possíveis pelos computadores e da “inteligência coletiva” dos usuários em rede, o que o tornou muito popular no meio dos educadores. Vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_L%C3%A9vy; 3. Kevin Kelly: Primeiro “business man” de nossa lista de pensadores digitais. Foi o executivo fundador da Revista Wired. Hoje é um árduo defensor dos benefícios das tecnologias digitais, e discute a ética das mesmas. Para Kelly, uma nova tecnologia é boa quando aumenta o campo de opções das pessoas, ao invés de diminuí-lo. Vide: http://kk.org/ C - Identidade Virtual - A forma como as tecnologias digitais influem na formação da identidade individual da sociedade começaram a ser discutidas por psicólogos e comunicólogos. Destacaram-se: 1. Marshal McLuhan: tido como profeta da Era Digital, McLuhan foi o primeiro grande intelectual a falar das mídias digitais, há quarenta anos. Fala dos meios de comunicação como extensões do corpo e do cérebro. Cunhou o termo “aldeia global”. Defendeu que “o meio é a mensagem”, isto é, que as mídias tem uma propriedade autorreferente de aumentar seus poderes, influenciando cada vez mais a sociedade. Vide: http://www.marshallmcluhan.com/; 2. Sherry Turkle: Enfim, uma psicóloga. Turkle, pesquisadora do MIT, foi a primeira profissional de Psiocologia a falar da internet. Curiosamente, seu interesse não foi a Clínica, mas a formação do “self” dos usuários de comunicação digital. Já em 1994 ela preconizou as leis de formação da identidade digital: superficialização, fragmentação, dinamismo. Vide: http://web.mit.edu/sturkle/www/. D - Saúde na Internet - A discussão em torno da saúde na e através da internet começou com tele-medicina, como consta no item 3. Mas logo psicólogos começaram a pesquisar a respeito. Até hoje, contudo, a psicoterapia a distância não está firmada como prática no Brasil, sendo usada apenas em caráter de pesquisa. Destacaram-se: 1. Kate Anthony: Para muitos a maior pesquisadora do mundo em termos de psicoterapia a distância. Vem desenvolvendo seu trabalho na Inglaterra desde os primórdios da internet. Vide: http://www.kateanthony.co.uk/; 2. Larry Rosen: Autor do primeiro bestseller sobre psicopatologia digital: “Tecnostress”, no qual defende que o dinamismo das mídias digitais gera uma forma de stress e ansiedade peculiares. Vide: http://veja.abril.com.br/081100/entrevista.html: 3. Sobre a tele-medicina e aplicações afins para a área de saúde, vide: http://www.redepsi.com.br/portal/modu ... /article.php?articleID=86. E - Comércio - A internet, como palco pra comunicação, não se limita a troca de ideias. Valores financeiros também circulam na rede, bem como o comércio de hardware e software é hoje possivelmente a maior indústria do mundo. Destacaram-se: 1. Edward Castronova\; Economista que desenvolveu uma tese acadêmica revolucionária: provou que a movimentação em dólares reais de itens de valor ficcional em um jogo eletrônico era maior que o PIB da Bélgica. Castronova evidenciou que os mundos virtuais geram riquezas reais, e com isso transformou os MMOGs (massive multiplayers on line games) e outras formas de comunidades virtuais em laboratórios de Economia. Vide:  http://mypage.iu.edu/~castro/home.html; 2. Bill Gates: Já foi o homem mais rico do mundo com a Microsoft, a empresa que co-fundou seguindo a visão de que o futuro da Economia Digital estaria na venda de softwares, e não de hardware. Severamente criticado por muitos, em especial os defensores do Software Livre, Gates é o símbolo maior do capitalista digital e também do “nerd novo rico”. Hoje se tornou uma espécie de palestrante e consultor sobre os benefícios das tecnologias, especialmente para a educação. Suas ideias sobre os novos hardwares e softwares, que envolvem ubiquidade e maior conexão entre dispositivos estão emplacando no mercado e prometem mudar o cotidiano dos usuários nos próximos anos. Vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bill_Gates: 3. Steve Jobs: o cabeça por trás da Apple. Grande guru da usabilidade e da estética aliados a funcionalidade de dispositivos. Jobs defende que os produtos devem ser projetados levando em conta os usuários, o que levou a cabo com a invenção do iPod. Se tornou uma espécie de guru empresarial do meio digital, talvez o maior vivo hoje. Tem ideias parecidas com as de Gates em termos de produtos (ubiquidade, interface, maior conectividade), mas difere substancialmente no modelo de negócios. Vide: http://www.apple.com/pr/bios/jobs.html. F - Coletivismo X Individualismo - Para finalizar esta lista, mas não a temática, cito uma questão nova que vem se tornando uma polêmica maior a cada dia no Pensamento Digital: o individualismo na internet. Destacaram-se: 1. Don Tapscott: Quando a internet ainda era uma criança, em 1997, Dan Tapscott escrevia artigos e livros prevendo que ela iria desbancar as escolas e empresas, e tornar seus usuários um coletivo inteligente. A maior parte de suas previsões se mostrou errada o que não abalou sua popularidade. Hoje lançou “Wikinomics” (o título é uma referência a Wikipedia, a enciclopédia de autoria pública da Web), obra em que defende que o futuro da Economia do Conhecimento está em cooperação massiva de incontáveis usuários, que se tornarão co-autores de seus produtos. Vide: http://wikinomics.com/ - http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal; 2. Jaron Lanier: De todos os pensadores alistados aqui, Jaron Lanier talvez seja o mais exótico. Trata-se de um “artista digital”. Dentre suas realizações destaca-se a invenção da realidade virtual. Hoje Lanier dedica-se a formas de integrar as novas tecnologias às artes e critica arduamente o que vem chamando de “Maoismo Digital” (a tendência de achar que coletivos pensantes podem obter respostas melhores e mais verdadeiras que indivíduos). Lanier defende que a Wikipedia, por exemplo, é uma espécie de “burrice coletiva”, pois sufoca a criatividade individual. Vide: http://www.well.com/user/jaron/.
E os Hackers? - A internet, em sua origem entre cientistas nerds, teve muito de seu genoma cultural modelado pelos ideais hackers, tais como liberdade, autodeterminação, compartilhamento, a busca do conhecimento pelo conhecimento e não pelo dinheiro e o poder. Segundo o referido autor, a “internet hoje ainda é uma espécie de anarquia por conta desses ideais que seduzem e comovem seus usuários. Pode-se dizer que hoje vemos tentativas de tornar a Web um território fechado, controlado e sem privacidade. É contra essa tendência que o lado hacker do Pensamento Digital luta.” E os crimes virtuais estão acontecendo para desgraça de todos nós. 
Colaboração:  Jonas Manoel Machado – Advogado (OAB/SC – 5256). E-mail: drjonas5256@gmail.com

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