São José, Santa Catarina, Brasil
12 de maio de 2024 | 12:16
Edição Dezembro | 2011
Ano XVII - N° 187
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Entrevista Exclusiva
“Se ele foi representado por 100% dos votos então já existe o equilíbrio de forças dentro do Partido”

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A entrevista exclusiva deste mês é com o vereador e novo presidente do PMDB em São José, Moacir da Silva, que tem a função de comandar um Partido grande e com várias divergências. Porém, ele não fala em crise e diz que a situação está se acertando.

Oi São José – Fale um pouco sobre a reunião que aconteceu recentemente e que definiu a nova Executiva do Partido.
Moacir da Silva – O processo eleitoral do PMDB aqui em São José foi no dia 26 de novembro. O Partido, que é o maior do País, definiu os dias 26 ou 27 de novembro para as suas convenções nacional e estaduais. A militância foi convidada a manifestar o seu voto em relação à condução do Partido nos próximos dois anos. Em São José, nós propusemos uma chapa para esse processo eleitoral, que concorreu com mais uma outra. Nós vencemos com quase 89% dos votos, na maior convenção partidária do município. E que, neste ano, especificamente, foi a maior de Santa Catarina do PMDB. Pra nós, esse movimento representou uma grande satisfação, porque, na verdade, ele carimba um selo de apoio que os filiados deram à nominata que saiu vencedora.

Oi SJ – O que muda no PMDB agora com essa nova Executiva e com o Senhor a frente do Partido?
MS – Na verdade, eu tenho muito respeito ao trabalho que tem sido desenvolvido ao longo da história, não só no Partido, mas na política como um todo. Eu acho que tudo que foi feito até agora tem que ser considerado, tem que ser resgatado e mantido. São avanços e processos que o Partido teve ao longo da sua história e que agora cabe a nós, consolidar e avançar em outros espaços. Esses próximos dois anos serão extremamente importantes, porque teremos o processo eleitoral. Então, a partir do início do ano, vamos chamar toda a militância. Mas, não só as envolvidas no processo eleitoral, pois o PMDB tem quase quatro mil filiados. Expurgando aqueles que já faleceram e aqueles que não fazem mais parte do cadastro, nós podemos dizer que estamos aí com três mil, três mil e poucos filiados fixos, talvez em torno de quatro mil. Então, o primeiro passo é chamar todo esse pessoal para que eles participem e pra que possamos ouvi-los, para saber o que pensa a militância do PMDB, que em São José é bastante considerável e forte, sobre os rumos da cidade. O que quer a militância com relação a administração da cidade? Que projetos ela quer para a cidade? É importante essa construção e essa integração de todos. Mas, não aquela integração no papel. O que a gente defende de fato é uma efetiva integração de ideias, de participação e de discussão, pra estruturação de um plano e de um projeto do Partido para a gestão da cidade.

Oi SJ – Um assunto polêmico e que se comenta muito na cidade é a vinda do Djalma Berger para o PMDB. O partido está dividido ou não está? Como que foi esse processo de vinda do prefeito para o PMDB?
MS – No processo anterior à chegada do prefeito Djalma Berger no PMDB, houve sim, uma reação e uma resistência natural, inclusive minha, do vereador Neri e de outros militantes contrários. Não contrários à filiação de um cidadão, de um prefeito ou de um vereador, pois seria insano afirmarmos que o Partido não quer a filiação dessas pessoas. O que questionamos as lideranças e a estrutura do Partido foi a forma como foi feita, não nos atendeu, considerando que essa é uma agremiação democrática. Então, ouvir, discutir e trabalhar essa possibilidade de vinda, escutando as bases, foi o que faltou. Passado esse momento, nós temos hoje no PMDB o prefeito Djalma e mais uma série de lideranças importantes e consideráveis nesse processo e estamos exatamente no processo de construção e tentativa de uma unidade. Vamos buscar uma unidade partidária em cima de ideias, de propostas e de um projeto. Aí a unidade acontece. Se tu me perguntares se ainda existem pessoas que têm uma resistência e uma reação a esse movimento, existem sim, é natural. Mas, existem outras que já pensam e querem fazer uma construção. O que se quer é que a máxima que o PMDB tem de ser um partido democrático, seja respeitada. Que ele seja democrático nas suas discussões e que seja respeitado também nas estâncias deliberativas e na condução do Partido dentro das suas regras estabelecidas e estatutárias. Quem vem ao Partido, vem conhecendo ou deveria estar conhecendo as suas regas. Se dentro disso, tudo for respeitado, eu acredito que dá para fazer uma boa construção sim, ainda.

Oi SJ – O que houve exatamente na forma como foi feita essa vinda dele para o PMDB? Mais especificamente o que gerou essa reação negativa por parte de alguns peemedebistas?
MS – A tratativa da vinda não foi comunicada e nem conversada com o Partido em São Jose. Quando aconteceu, o Partido ficou sabendo por meio da mídia. Lógico, que anteriormente a isso havia uns comentários e uns boatos, que na política os boatos funcionam sempre a frente dos fatos. E com relação a isso, já havia alguns posicionamentos da própria Executiva municipal, dos vereadores Neri e Moacir e de alguns suplentes, que até se manifestaram inclusive ao presidente estadual. Foi isso que causou essa reação e que, na verdade, acabou desqualificando as lideranças colocadas e nesse contexto é que nós questionamos. Mas, já passou. Hoje, nós temos o prefeito, e ele é do PMDB. O Partido não tem somente dois vereadores, tem cinco vereadores. O PMDB tem uma nominata de candidatos a vereador considerável pra próxima eleição. Agora vamos trabalhar para que todas as pessoas pensem ideologicamente dentro da ideia do PMDB e trabalhar isso aí. Esse é o segundo momento dessa discussão. Porque o primeiro já foi, é irreversível agora. Então, vamos trabalhar nesse sentido. Mas, nós achamos que uma construção se faz com respeito mútuo e com equilíbrio. Com equilíbrio de forças e com respeito às diferenças. Há diferenças? Sim. O partido pensa igual? Não. O partido tem pessoas 100% felizes e contentes? Não, de nenhum dos lados. Mas, é aí que entra a construção com os diferentes, porque se fossem todos iguais, eu acho que daí seria preocupante.

Oi SJ – E no seu modo de ver, porque não houve essa comunicação?
MS – Os motivos pelos quais alguém que, estrategicamente, pensa o Estado, podem ser diferentes dos motivos daquele que pensa a sua cidade. É lógico que quando nós estamos discutindo uma questão partidária, eu tenho um olhar para o município de São José, que é onde eu presido o Partido e onde sou vereador. Se eu pegar um presidente estadual, ele vai pensar o Estado, ou também algumas questões em nível de País. A mesma coisa no caso de um presidente nacional. Indiscutivelmente as variáveis que levaram as instâncias estaduais a tomarem essa decisão, foram diferentes daquelas que nós tomamos. Nós tínhamos um projeto bem colocado de candidatura em São José, arquitetado e estruturado pra isso. No momento seguinte ele teve que ser totalmente repensado e rediscutido. Inclusive, está sendo rediscutido agora, dentro desse contexto. Então, o que leva alguém a fazer isso são ações mais estratégicas, no olhar de todo Estado. É uma composição que tem que ser construída. Como fechar esse quebra-cabeça para que, eleitoralmente, ou dentro do projeto de Estado o Partido se dê melhor? Nesse contexto, as cidades acabam sendo consideradas em segundo plano, mas não menos importantes. Eu acho que foi isso que fez com que o procedimento acontecesse dessa forma.

Oi SJ – Então o Senhor não considera que tenha havido uma imposição por parte da Executiva estadual, que é apoiada pelo prefeito de Florianópolis, Dário Berger?
MS – Não, eu não acho que foi uma imposição. Eu acho que foi uma composição e o método foi impositivo, o que é um pouquinho diferente. Foi avaliado e foi dito que, pelo menos visivelmente, dessa forma, o partido teria mais amplitude. Agora, se eleitoralmente vai se refletir essa amplitude, não somos nós que vamos avaliar. Isso é a população que avalia e é a militância que vai avaliar quando ela se sentir motivada, ou não, ao trabalho. Mas, é lógico que tem questões ainda a serem abordadas. É imaturo imaginar que o prefeito da Capital, que tem na cidade vizinha uma outra prefeitura, na qual ele é profundamente vinculado, com um irmão que é prefeito, não iria querer que os dois estivessem no mesmo segmento. Isso é ilógico. E também é ilógico pensar que alguém que comanda o Estado não está pensando em fortalecer lideranças pra projetos futuros. Isso tudo faz parte da discussão. Mas dessa discussão, nós queremos estar participando e opinando. A proximidade das cidades a uma capital, não falando especificamente de São José, faz com que elas paguem um preço por essa força maior que as capitais exercem em detrimentos das outras cidades.

Oi SJ – Numa coletiva que o prefeito deu recentemente à imprensa, ele falou sobre possibilidade, ainda que remota, já que ele considera que essa situação vai se revolver dentro do próprio diretório municipal, de uma possível intervenção da Executiva estadual ou até da nacional, para promover o que ele chamou de um “equilíbrio de forças” dentro do Partido. Como o Senhor vê essa situação? Esse equilíbrio já existe?
MS – Muitas pessoas me dizem isso, no caso quem defende esse raciocínio: “Pois é, a Executiva e o diretório ficaram muito mais representadas por pessoas aliadas aos vereadores Moacir e Neri”. É lógico que sim. Porque uma coisa é muito clara no processo eleitoral, tanto das cidades como do partido, ficam mais evidenciados aqueles que estão junto com o vencedor. Com aqueles que ganham. E essa vontade é respeitada em todo o processo eleitoral. Quem ganhou a eleição nessa cidade no último pleito, ganhou com aproximadamente 30% dos votos. Mas, governa pra 100% das pessoas. E tu vai me dizer, estava o equilíbrio das forças ali correspondido? Não, não estava. Porque todos os outros quatro tiveram menos de 30% dos votos. Ou seja, com menos de 30% dos votos se governou essa cidade, democraticamente. Diferentemente da eleição no Partido, onde a participação e a votação foram estrondosas. Nós estamos falando de 90% dos votos. Então, essa é uma questão que tem que ser, no mínimo, respeitada. O processo eleitoral estabelecia isso, então tem que ser respeitado. A par daí, o que eu chamo de equilíbrio? Exatamente isso. O executivo tem o seu papel e nós temos o prefeito. Além do prefeito, nós temos secretários e o equilíbrio dentro do Partido. Agora, existe o equilíbrio. O que não é equilíbrio é quando todas as cartas estão na mão de uma única figura, ou de uma única pessoa, isso eu chamo de desequilíbrio. Toda a conversa em torno de uma possível intervenção, não nos amedronta, de forma alguma. Até mesmo porque hoje não existem segundas intenções entre nós, muito pelo contrário, o projeto que existe dentro da Executiva do PMDB é: o PMDB quer um projeto de cidade e um plano de governo pra quem for gerir a cidade nos próximos quatro anos, e que nós desejamos que seja do PMDB, isso pra mim é equilíbrio. O que está faltando na política é que as pessoas sigam uma cartilha ou sigam uma diretriz, de algum partido ou de algum segmento que apresente pra sociedade a sua ideia de governo. Então, só pra deixar bem claro: dizer que equilíbrio é juntar dentro de uma mesma equação todas as pessoas que fazem parte do partido hoje, não. Não acho que isso seja sinônimo de equilíbrio. Na minha opinião, sinônimo de equilíbrio, é quando as cartas estão colocadas e distribuídas proporcionalmente entre as forças do Partido. O PMDB é construído com os diferentes e com a posição de pessoas diferentes para construir esse projeto.

Oi SJ – Então o Senhor considera que uma possível intervenção da Executiva estadual ou da nacional seria um desrespeito à democracia do partido?
MS – Eu te diria que é um desrespeito à democracia com um todo, não só do Partido. Mas, mais do que isso, é exatamente ruir com toda a militância e toda a possibilidade de uma militância na rua envolvida no processo eleitoral. E isso tem que ser avaliado dessa maneira: nós estamos num momento de construção, e não, de desconstrução. Estamos no momento de focar, focar a gestão da cidade, da população, de algumas questões urgentes e emergenciais, que tem que ser organizadas. Pra isso, nós temos que juntar esforços. O segundo processo, que é o processo de quem vai ser, ou não, candidato a prefeito, é uma questão que naturalmente se resolve. Porque se isso estiver resolvido, esse olhar pra cidade, pra população e pra gestão pública, o resto é consequência.

Oi SJ – Na sua visão como líder do PMDB, quem o Senhor considera que é a grande força do Partido pra vencer as eleições em 2012?
MS – Essa pergunta tem sido reiteradamente feita, porque as pessoas estão trabalhando no seu inconsciente a dúvida. Será que o PMDB vai validar, ou não, a candidatura do Djalma à reeleição? Eu prefiro responder nesse enfoque. O Partido tem inúmeras grandes forças. São cinco vereadores que se saíram extremamente bem nas últimas eleições e que têm o respaldo e o respeito da população, além do prefeito. Então, grandes forças potenciais para gerir essa cidade, só já nominadas aqui, nós temos seis. Fora, as que dentro do quadro do próprio Partido também possuem o respeito, a densidade e a capacidade técnica pra isso. Agora, dentro da discussão, é lógico, se é prefeito e vem pra um partido, ou estás num partido, na tua cabeça não passa que não vai ser candidato à reeleição. O que vai dizer isso é exatamente o tempo, o tempo político. Vai passar inclusive pelo prefeito a avaliação da viabilidade, da possibilidade ou do querer ir. Naturalmente eu tenho dito que essa é uma vaga que hoje é de quem está disputando a reeleição. Não é já, líquida e certa. Mas, naturalmente é essa aí. Então, sem sombra de dúvida, uma grande liderança que é indiscutível e que está pra ser colocada pra ser prefeito da cidade, é o atual prefeito Djalma Berger. Mas, também têm várias outras lideranças que têm aparecido no contexto político, dentro e fora do Partido.

Oi SJ – O prefeito disse também na sua coletiva que, apesar de não ter participado por não possuir seis meses de filiação, ele se sentiu representado pelas duas chapas, ou seja, com 100% dos votos e da aprovação. O Senhor também enxerga essa boa popularidade dele dentro do PMDB?
MS – Se ele está 100% representado nas chapas que passaram pelo processo eleitoral do PMDB, e essa frase é do próprio prefeito, então já existe o equilíbrio. Onde eu sou 100% representado, ali eu não preciso buscar equilíbrio. Eu já o tenho. Estou te afirmando isso exatamente pra confirmar a contrariedade dessa questão. O prefeito não participou porque o estatuto do nosso Partido diz que só podem votar e ser votados quem tem seis meses de filiação. Diretamente ele não participou, mas indiretamente nós sabemos que houve inúmeros representantes do Executivo que estavam nas outras chapas. Quando o PMDB foi ali e definiu que esse era o comando, claro que ele está representado, 100% representado. Ele hoje é filiado ao PMDB. Então, eu concordo nesse ponto. Por isso que eu volto a afirmar, o que equilíbrio, mais do que nunca, está mantido, porque na história desse Partido nunca tantos militantes e filiados vieram a uma convenção dizer: “eu quero ajudar a definir os rumos do partido e os meus rumos. Eu quero dar os meus votos para que o rumo vá nessa direção”. Cada um que respeita o processo democrático, sem sombra de dúvida, pode se considerar inserido, contido nessa representação. Nesse contexto acho que ele tá certo sim.

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