São José, Santa Catarina, Brasil
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Edição Outubro | 2016
Ano - N° 245
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Credibilidade governamental para crescer
Coluna da FIB
A economia catarinense padece dos mesmos males que afetam o Brasil. O caos político em que o país ainda está mergulhado começa a se dissipar. Mas, ainda há muito para se preocupar, o que abala a confiança do empresariado e também dos consumidores. A insegurança jurídica prejudica investimentos, corrói a economia e deixa pouca margem para o desenvolvimento de Santa Catarina. Porém, apesar da crise, o ano de 2016 deve terminar com uma esperança de melhoria.
A crise não vai durar para sempre. Contudo, é fundamental que o país tenha um projeto estratégico que possa reconduzir a economia para um cenário de inflação sob controle e contas públicas com superávit para pagar o serviço da dívida e retornar investimentos. O Brasil precisa de visão de longo prazo, um programa que reconduza a indústria para patamares dignos de sua importância. Um projeto de país que considere a força de todos os setores da atividade econômica. Algo em que o voluntarioso empresário catarinense possa confiar e investir.
A indústria de Santa Catarina recuou 8% ano passado e 2,5% em 2014. A consequência inevitável se dá pela face mais perversa crise, o desemprego. São mais de 20 milhões de brasileiros sem emprego. Um absurdo! Não se pode gerir um país concedendo benesses se não há folga, se falta o lastro financeiro. Porque no final das contas quem paga a fatura somos todos nós.
Importante sim fazer com que classes menos favorecidas tenham acesso ao mercado. Contudo, não às custas da irresponsabilidade fiscal. Não com políticos se locupletando com o dinheiro do povo. Não sem olhar para o futuro e perceber que sem um plano de desenvolvimento estratégico o país caminha para trás. Como agora.
As previsões de queda no PIB superam 3% para este ano. Serão, praticamente, três anos seguidos sem crescimento da riqueza e, mais ainda, com recuo nos indicadores econômicos. Empresas fechando, gente demitida e o sentimento de que levaremos uns três a quatro anos para recuperar o que foi perdido pela incapacidade administrativa e pela má fé. Nunca o país esteve tão mal.
O que se espera é que, daqui para a frente, os gestores públicos tenham consciência e mudem a forma de gerir o país. Menos demagogia, sem corrupção, com mais espírito patriótico, com vontade de mudar para melhor. O Brasil precisa recuperar sua credibilidade. É isso que fará com que as empresas se sintam seguras em investir. Só assim, com recuperação da credibilidade os empregos que foram perdidos começarão a voltar, só desta forma os juros poderão baixar.
Projetos, sejam de empresas, ou pessoais, nem sempre se realizam só com o capital próprio. É preciso que os projetos recebam capital de terceiros quando o recurso é insuficiente. Contudo, quando a crise econômica se instala, o sistema financeiro se retrai e a falta de liquidez, agravada pela queda na demanda, torna insustentável a vida das empresas. Por isso, uma grande parte das empresas demite, principalmente, as de menor porte. Por isso, há tanta gente desempregada. Por isso, não será surpresa se, mesmo com a melhora da economia, o desemprego aumente.
Rumores atestam que há empresas que não conseguem pagar os impostos que devem ao fisco. Há empresas que não possuem nem mesmo como arcar com os custos associados à demissão. Aguardam a melhora da situação para então pagar o que devem ao fisco e demitir.
A credibilidade do país só retornará quando as reformas necessárias forem implantadas. São amargas, dolorosas, mas indispensáveis. O Brasil precisa fazer caixa como qualquer empresa, como qualquer cidadão. Para ter como investir. Porque é com investimento que voltaremos a crescer. O investimento só virá se a credibilidade governamental, perdida há muito tempo com o Governo anterior, retornar.
Não vou me surpreender se os juros começarem a cair em breve, muito breve mesmo. É um processo lento, gradual, mas sem o recuo dos juros continuaremos a amargar um cenário de dificuldades. Os juros irão recuar na medida em que a credibilidade do Governo voltar. A credibilidade do Governo é função de uma gestão fiscal e estratégica responsável.
O Brasil precisa traçar um programa que dê condições para as empresas aumentarem a produtividade que é fundamental para que o país possa se desenvolver de forma sustentável. As carências são muitas e conhecidas. Falta infraestrutura, educação de qualidade, investimentos em tecnologia de ponta, modernização da legislação trabalhista, redução da burocracia, da carga tributária e de sua complexidade. Sobra a coragem do empreendedor catarinense que não se sente estimulado enquanto as reformas necessárias e urgentes não se efetivarem.
O fato é que o Brasil tem pressa. O tempo para quem trabalha é o tempo real. As empresas não suportam mais ficar à espera de uma solução. Ou fazemos as reformas indispensáveis, ou a economia do Brasil ficará à deriva, sem perspectiva de recuperação e, menos ainda, de desenvolvimento sustentável.

(*) Doutor em Engenharia de
Produção pguilhon@hotmail.com

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